quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Post #13: Dos clipes e discos


Hoje, alguns amigos compartilharam conteúdos, dos quais puxo pra cá.

De uma opinião forte minha acerca do novo disco do Arctic Monkeys "Suck It See", ouvi-o novamente e voltei atrás, depois do comentário do Gustavo Pado. Mas ainda sinto falta do rock dançante, dos solos simples, curtos e arrepiantes e daquela vontade de dançar, como no segundo álbum do quarteto. Ainda assim, temos pontos altos neste quarto disco, como em "Don't Sit Down 'Cause I've Moved Your Chair":





O mesmo Gustavo mostrou-me o Death From Above 1979,  que eu nunca tinha ouvido nem falar e curti.
"Infelizmente, a banda acabou mas eles voltaram agora para fazer tour e, parece, que vai sair álbum novo;
o disco de estréia deles não tem uma música ruim, é tudo com pegada". Dica de mestre do Gustavo e de quebra o link para download da bolacha em questão.





Por fim, um artista que eu desconhecia: o Black Keys que a Aline indicou, inclusive com o link pra baixar o álbum "El Camino" na íntegra.
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Metalinguagem: Essa rede de comunicação amplia e amplifica o conhecimento, a troca e o compartilhamento como sabemos. Até quando vai ser assim livre? A última década sugeriu um movimento de ressignificação da cadeia produtiva da música no Brasil e no mundo. Hoje, extrapoladas as barreiras do entretenimento, sua apreciação está ligada a uma série de contextos políticos, econômicos, culturais e sociais que envolvem e sempre envolveram atores sociais diversos, tais como, músicos, produtores, públicos, críticos e consumidores. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Post #12: "Nu Steps"

Esse mês, o quarteto paulista Lavoura lançou o seu terceiro disco oficial: "Nu Steps". Escrevi uma resenha do álbum após ver o show no último sábado na capital SP.




Depois do preparo da terra para fazer a semeadura (processo conhecido como lavoura), o broto vingou, a planta cresceu gerando os galhos e folhas (discos) e agora o quarteto Lavoura parece colher o fruto: o seu novo álbum “Nu Steps“ amadureceu e já pode ser desfrutado. As oito faixas fundem justamente o tom diferencial da banda: a capacidade de mesclar dub, samba, jazz, eletrônico, dubstep, samples e efeitos, criando ambientes oníricos, dançantes e densos, composto por camadas que dialogam num universo urbano, das máquinas, dos ruídos, mas também com paisagens mais “calmas” e bucólicas.


Leia a resenha na íntegra no site da Música Fora do Eixo.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Post #11: Frases

Do que vivi hoje.

Vender o almoço pra pagar a janta coletiva tá todo mundo tendo que se virar e unido porque seu corre é meu corre.

A horizontalidade está nos olhos e no caráter.
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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Post #10: cruzando caminhos

(esse é para os mais íntimos)
Imaginem que na primeira Noite Fora do Eixo em Bauru, eu estava em outra cidade. Imaginem a agonia do ser. De gtalk em gtalk eu descobria como a noite estava indo. Eram 3 bandas incríveis: Porcas Borboletas, Aeromoças e Tenistas Russas e The Baggios. Não estou com vontade de procurar e inserir os links agora.

Hoje, re-encontrei a dupla The Baggios. Re-encontrei-os no palco também. Como a gente cresceu. Faz só pouco mais de um ano e meio. Eles acabaram de tocar no V Festival Contato, têm um belo site, camisetas lindas e um CD cheio. Nós estamos na 24ª Noite Fora do Eixo, acumulando mais de 200 bandas que passaram por terras bauruenses. Não vou me estender. É só (a memória e) o brinde mesmo.







M
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Metalinguagem: A ideia era fazer um post sobre este videoclipe que tem uma narrativa incrível. Mas, como ele tem restrição de embed, não deu.

sábado, 19 de novembro de 2011

Post #09: pesquisa musical

Passei a semana baixando pesquisando discos, a maioria nacional. As exceções são também álbuns fresquinhos: Tom Waits, "Bad As Me" e o duplo do R.E.M, um registro histórico da carreira: de 1982 a 2011. O Waits me surpreendeu bastante pelo rock diferenciado e sua voz bluseira.

Bixiga 70, bandassa, certamente vai se apresentar bastante em 2012

Da terra brasuca, re-baixei os discos do Hurtmold (todos e mais um pouco), banda emblemática do início do século que despontou como uma das grandes instrumentais do país, título que vai carregar por bastante tempo, creio.



Passei por Juliana R., o novo do Cansei de Ser Sexy, "La Liberation" (que tem essa música acima), o (pesado) EP do Huey, outra ótima banda instrumental. O último - e altamente recomendado - é o Bixiga 70, que conta com músicos do Projeto Nave e acabou de vir ao mundo e consegue conectar jazz, afrobeat, groove e rock.

Comenta depois o que achou dos discos.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Post #08: Ideias Perigosas II

Do embate de opiniões que relatei ontem aqui neste blog, vários outros acontecimentos se passaram na timeline do Twiter e, mais do que isso, como propôs o próprio China, fomos além dos 140 caracteres. Nos dois últimos dias o debate seguiu quente, China deu sua opinião no Fora do Eixo longe de mim, questionando (desde 2007) que o Fora do Eixo não paga cachê, entre outros. Papo de quem não conhece, minimanente, o movimento e a cena da qual está (?) inserido. Faço parte do Fora do Eixo, trabalho diariamente com produção cultural e, por isso, nem preciso falar por terceiros, falo por mim mesmo: produzo o Festival CANJA, além das Noites Fora do Eixo em Bauru e sim, nós pagamos cachês e o que mais for combinado, não tem surpresa, não tem essa, não sabe, não fala. Mais de 150 bandas já se apresentaram. Dentre elas: Emicida, Slim Rimografia & Thiago Beats, The Name, The Vain, Chimpanzé Club Trio, Leptospirose, Nevilton, Eu Serei a Hiena...

Outro ponto que China cita é sobre uma turnê de 30 dias de uma banda que não cita. China conta que:

Uma banda (que não cita­rei o nome) disse que fez uma turnê pelo FDE. Quase 30 shows. Desses quase 30, ape­nas 3 ou 4 tive­ram cachê (que foram pagos pelos sescs onde eles se apre­sen­ta­ram). Os outros 20 e tan­tos foram em luga­res que não tinham a menor estru­tura para se apre­sen­tar. Som de pés­sima qua­li­dade e equipe inex­pe­ri­ente. Sem falar no público de menos de 25 pes­soas… numa quinta-feira, e no inte­rior sei lá de onde...

Só vale se for mais de 1 mil pessoas então?
Em Bauru, também recebemos essa mesma turnê, lotamos a casa, o som estava excelente e todos saíram muito felizes e satisfeitos da cidade. Tanto que, nesta ocasião, as duas bandas voltaram para o palco e tocaram até o dono da Casa acender a luz. Veja como foi e perceba que a colocação de China é inverosímil. 


Todos os demais pontos que China comenta estão bem expostos no artigo de Atílio Alencar: Fora do Eixo, mas perto de tod@s, uma visão lúcida, argumentativa e reflexiva, ao mesmo tempo. Outro contraponto interessante, que começa pela abordagem da moeda complementar Cubo Card é do guitarrista da banda Macaco Bong, Bruno Kaiapy: Brasil, mostra a tua cara, quero ver quem paga pra gente ficar assim

Ou ainda, de maneira mais breve, com recortes do twitter, onde tudo começou:


@FocadoSol Somos da @abrafin, trabalhamos com o FDE e o @festivaldosol tem 8 edições. Algum músico já veio aqui não tenha recebido o combinado?

@Fabricio_Nobre em goiania todos os festivais da #ABRAFIN de uma maneira ou outra pagam cachês para todas as bandas...

@Fabricio_Nobre em goiânia temos 3 ou 4 casas funcionando pelo menos 3 dias por semana que pagam bilheteria ou cachê e tem ótimo equipamento...

@DanielGanjaman: @luciomaia_ Cara, toquei em 3 festivais do FDE esse ano. Público de 6000 a 10.000 pessoas, equipamento bom, hotel bom e muita boa vontade.

@Emicida Tenho uma parceria de alguns anos com o FDE, distribuo meus trabalhos e faço shows (pagos) nos festivais, sou suspeito pra falar (óbvio) +

@Emicida recomendo que as pessoas busquem se informar no próprio FDE e tirar suas conclusões a respeito, s/ se influenciar por nada além do que virem

@Emicida aliás, ta todo mundo falando de um monte de coisa que não faz idéia do que seja, Belo monte, "maconheiros" da usp, FDE... vamos nos informar
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Metalinguagem: reparem que interessante o papel do twitter nesse caso. Ele foi a grande mola propulsora deste saudável debate que se seguiu nos últimos 3 dias.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Post #07: Ideias Perigosas


Hoje, a timeline do twitter esteve movimentada para o nicho que acompanha as discussões culturais no país. Tudo começou quando o músico e produtor Daniel Ganjaman mandou uma mensagem de apoio ao Congresso Fora do Eixo, que fazia sua "onda" na internet divulgando o projeto, utilizando a hashtag #IdeiasPerigosas. O músico e apresentador China lançou um comentário irônico direcionado ao Ganjaman e a discussão esquentou. Por fim (não está mapeado aqui), mas China prometeu no mesmo Tweeter fazer um texto comentando o assunto. 



Conclua você mesmo.



@DanielGanjaman: Em dezembro acontece o Congresso Fora do Eixo em São Paulo, discutindo os rumos das atividades culturais no país. bit.ly/r9VxR3

@Chinaina: @DanielGanjaman congresso é da minha época de faculdade…..ninguém aprendia nada e só fazia o que não prestava….

@Danielganjaman: @chinaina Cara, resolvi q dentre todas as críticas que ouço por colar com os FDE, só vou considerar as de quem também faz algo a respeito.

@Chinaina: @Danielganjaman ainda bem que eu faço a minha parte ganja…sem precisar de dinheiro público e nem enrolar banda.

@DanielGanjaman: @chinaina Criticar e não fazer é fácil demais. Acho o papel dos FDE importante demais pra não estar junto fiscalizando.

@Chinaina: @Danielganjaman faço a minha parte por mim e pelos músicos…sem precisar cobrar fidelidade e nem pago em cubo card … hahahahahaha

@DanielGanjaman: @chinaina Mano, o buraco é bem mais embaixo. Vivo a vida toda pra ver isso que está acontecendo com a cena musical hoje.

@ChinaIna: @DanielGanjaman eu tb to na batalha a 15 anos…pra ver uma cena falsa…onde muitos não ganham e poucos metem a mão…no dinheiro público

@ChinaIna: @danielganjaman mas sei que você é um cara honesto e coerente...e talvez faça alguma diferença mesmo..ou não. como diria caê. hehehehehe

@DanielGanjaman: @chinaina Não vou perder a oportunidade de estar junto fazendo a diferença. Se algo tiver errado, serei o 1º a denunciar, mas de dentro.

@DanielGanjaman: @chinaina Cara, eu tenho acompanhado de perto e não vejo isso. Tenho algumas críticas sim, mas não quanto a idoneidade.

@DanielGanjaman: @chinaina Sempre ouvi um monte de merda dos FDE e resolvi ver de perto o q acontece. É isso que estou fazendo, e não estou nada arrependido.

@DanielGanjaman: @chinaina Eu, como você (uia!) faço isso a um bom tempo e sabemos como a cena independente progrediu. Sou a favor do debate. É importante.

@DanielGanjaman: Não vejo o FDE como um clube fechado como as pessoas costumam acusar. O debate é muito mais amplo, e na minha opinião, necessário.

@Chinaina: a parada que eu falei sobre congresso é piada, beleza? mas a parte dos questionamentos não. Acho estranho esse esquema...e vou sempre opinar

@DanielGanjaman: @chinaina Beleza, gato. Num pegue ar não, viu? O debate é importante.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Post #06: Sobre balas & lanches



No guia gastronômico-roots da cidade de São Carlos (SP), o Lual Lanches levou 4,5 estrelas (de 5). Pelo lanche de hambúrguer 4 Queijos. Muito recheio, tipo sem miséria. Os mais barbudos terão alguma dificuldade, lambuza bem. 


Neste mesmo dia, comprei o pacotinho de balas da velha, não porque gosto de balas, mas por caridade. Como não me gusta mucho (grudam no dente), faço agrados as pessoas. E sigo em frente, forte, com balas no bolso, na bolsa.


Metalinguagem: às vezes, é preciso diminuir a performance e os investimentos de tempo, justamente pela falta dele, como neste exemplar.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Post #05: Despertar




Não sabia se sonho, se realidade.
Acordei e olhei para o teto. Chovia. De noite, de dia. 


Pizzas. Depois da movimentação, vi sua face sutilmente avermelhada e senti aquele mesmo calor de outrora, latindo freneticamente no peito. Naquelas mesmas manchas vermelhas. Pulei de pára-quedas. E acordei de um sonho intranquilo.
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Metalinguagem: Um lembrete mental. Estou atrasado em um dia. Mas alterei a data pra te ludibriar.


domingo, 13 de novembro de 2011

Post #04: Sobre gatos e as mãos de deus



Disseram-me que estavam envenenando e desaparecendo com os gatos do meu primo. Ele cuidava de muitos gatos, uns oito, estava na bad. Cachorros também, mas em menor quantidade: dois. Por conta das perdas, estava à espreita, atento, tentando fotografar o assassino, levar a julgamento quem sabe.

Minha mãe também tem gatos: três. É mundialmente conhecida pela adesão aos gatos, as suas grandes e atuais companhias, há tempos. Por conta da fama, ocasionalmente algumas pessoas despejam filhotes de gatos no portão de mamãe. Ela cuida. Ontem, foram dois irmãos felinos, que não se desgrudavam. Podiam estar com medo. Acionou uma senhora-amiga que cuida de uma ong de animais, mas "não vai ser possível, estou mantendo já 300 gatos".

Mamãe então resolveu devolver na mesma moeda: colocou os filhotes na casa do primo, numa caixa. Censurei-a, isso não se faz: Você gostou que deixaram gatos no seu portão?

Mas, ela replicou, deixando-me sem palavras, com um sorriso de reflexão no canto da boca:

- Ele falou pra mim que deus sabe o que faz: tirou os gatos com uma mão e deu com a outra.
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Metalinguagem: Possivelmente os gatos apareçam por aqui novamente. Quem sabe com novos episódios da gang ou coletivo dos gatos negros.

sábado, 12 de novembro de 2011

Post #03: de anjo a papai noel



Dobrei a esquina e topei com o cidadão na outra esquina, descamisado, cheio de ginga, chinelo, ponta do cigarro, na sombra, sem norte. Assim que me viu, disparou. Apertei o passo. Calculava que cruzaria com ele no meio do quarteirão, meu destino. Se chegasse primeiro poderia escapar ao toque do gongo. Mas não deu tempo. Já estávamos frente-a-frente. Mantive a distância de segurança. Se vacilasse, acertava-o na capoeira.


- Cara dois-e-quarenta preciso voltar pra minha cidade deus te abeçõa eu to no perrengue sem maldade precisando faz a presa sem ofender o irmão só ida e volta não quero nada dois-e-quarenta ajuda to fudido com todo respeito.

Foi um desabafo descompassado e veloz. Ouvi calado, concordando, sacando a figura que falava acelerado, de olhos arregalados e a pele tensa. Saquei a carteira e puxei a nota mais baixa. Veio outra junto, de cinco. Ele arregalou o olho, por segundos senti medo de algo violento, entreguei-lhe o dinheiro. Segurou firme, amassou o papel, comprimindo na palma da mão com força, respirou fundo e metralhou de novo:


- é o meu presente de natal, você é um anjo - foi indo embora enquanto o cachorro latia - deus te abeçõe irmão e não tira essa barba porque é o meu presente de natal e você é o meu papai noel.
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Metalinguagem: O céu abençõe a todos vocês como me abençoou nesta madrugada que se passou acima. #Umpostpordia, veja o primeiro e saiba o que se trata.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Post #02: O novo do DJ Tudo


"Nos Quintais do Mundo" é o novo disco do DJ Tudo e Gente de Todo Lugar. O disco é resultado direto de um depoimento de Alfredo Bello, aca DJ Tudo: “A música brasileira é um dos mais variados e ricos universos culturais e sonoros da terra”.

Como não poderia ser diferente, o disco mescla um monte de ritmos dançantes, indo fundo portanto, na cultura (afro) brasileira, cheio de cantigas, folclores e etc, além de participações como Pedra Branca e Apollo 9. Vai suprir muita pickup de música (pra pular) brasileira. Outro ponto alto da carreira do músico e produtor, que aliás também produziu este álbum.

Peguei o discão lá no Hominis Canidae.
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Metalinguagem: Anteontem (10/11), lancei-me um desafio: até o fim do ano (exceto datas comemorativas) escrever um post por dia. Este vem com atraso e representa o segundo post, que era pra ter sido feito ontem.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Post #01: Os alquimistas do som



Nós poderíamos ter inventado os samples e as colagens com o Tom Zé. De certa maneira inventamos.
O doc aborda momentos históricos de experimentalismo da música brasileira. Além de imagens ótimas, como a banda do Tom Zé tocando com um serrote em plena década de 70.
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Metalinguagem: Hoje, embasbacado e inquieto, tornei a radicalizar o meu espaço online e decidi que até o fim do ano sigo com um post por dia. Sem desafios novos não há emoção e não há "xama" que dure. Como estou meio enferrujado, vale tudo: diário, música, palavra, uma foto, sempre com a proposta de trazer algo que permeia o cotidiano. Estarei à espreita, certamente com atrasos, porque de prioridades essa vida vive. Acompanhe em: #umpostpordia.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Um vídeo que traduz a nossa geração


Sonho Brasileiro_Manifesto from box1824 on Vimeo.


Basicamente, a melhor explicação sobre o processo todo, que a minha mãe vive pedindo explicação.

Sobre o jovem que nasceu num país sem ditadura, sem crise financeira, abarcado no berço da classe média e, sobretudo, conectado e articulado em rede, em fluxo.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A tela rabiscada


Aquela música me faz lembrar a alma dela colada na minha. Comendo pizza, comida vegetariana. Fechei os olhos, o disco continuou rodando e flores amarelas e azuis e roxas e borboletas piscaram, acenderam de repente. Eu não estava chapado. Só de lembranças da marca que ela riscou-me a vida.

E eu ia entrando naquelas guitarras furiosas, às vezes choronas, por vezes enérgicamente contidas e aquela voz rasgada, retiranda da guela, lá do fundo, como um baú de sentimentos que se abre repentinamente iluminando o ambiente.

E aí lembrávamos, depois de um tempão, que precisávamos comer, nos alimentar pra suprir toda a energia gasta, o dia todo que passamos de janela aberta fresca e lençóis embramados...



> Because of the Times - Kings Of Lion.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Remixofagia - Alegorias de uma revolução


Remixofagia - Alegorias de uma revolução from FLi Multimídia on Vimeo. Vídeo fantástico que linka a cultura digital com raízes nacionais, crítica e a política, numa narrativa cheia de humor e de quebras históricas. Vale o click.

sábado, 10 de setembro de 2011

Na Estrada

Selecionado pelo edital de vivência e cobertura do Circuito Mineiro de Festivais Independentes (CMFI), na última terça (07), cai na estrada para acompanhar de perto a movimentação cultural nas cidades de Ribeirão das Neves e Belo Horizonte.


Já passei pelo Pá na Pedra, numa estada extremamento aconchegante na casa da Maiza, integrante do Coletivo Semifusa. Um dos temas mais bacanas, aliás, de integrar uma rede sólida como o Fora do Eixo é se sentir em casa em qualquer parte do país. Lembrei-me de uma frase do Felipe Atenfelder, certa vez em Buenos Aires: "Ser do Fora do Eixo é saber que em qualquer aeroporto do mundo sempre tem alguém me esperando, estimulado pra me receber bem".

na cia do pessoal do Centro Multímidia (Raissa, Mayara e Luiza Guedes), além da Maiza e sua mãe, a dona Maria, exímia cozinheira; e por fim o camarada Léo

Assim, de hoje até o próximo dia 18 sigo na gestão de equipes de cobertura de um dos principais festivais de cultura deste estado, o Transborda: festival de artes transversais. Acompanhe as coberturas gerais pelo site do CMFI e meus relatos ora gonzos ora descritivos pelo blog do E-Colab e CMFI.

sábado, 20 de agosto de 2011

A gangue dos gatos pretos ou o coletivo de gatos (negros)

Porque "negros" é mais roots. A Letícia, nossa gata que neste exato momento de inverno pisa no meu colo e "amassa" seu pão de cada dia têm alguns amigos na vizinhança. Chamamos eles de amiguinhos. E também de putos, quando entram sorrateiramente para roubar a comida dela. Toda gata tem um pai que é uma fera. Mas, a gente não briga muito, porque achamos que, como amiguinhos, ela pode convidá-los para almoçar, jantar por aqui, já que fazemos o mesmo com nossos amigos.

No caso dela, são só 2, eles formam o trio de gatos negros: um gordão (o que mais gostamos de chamar "puto") e um magrinho que se parece bastante com a Letícia. Este fica na moral no quintal, perto de nós, sem muito medo, cara magrela, olhos claros (mas não amarelos como os dela) e vaza quando cansamos e apavoramos ele, correndo firme numa caçada de mentirinha.

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Metalinguagem: hoje ela subiu à mesa, roçou o pescoço na tela do pc e se aconchegou no meu colo, enquanto trabalho (e redijo este comentário). Ontem, caímos nesse assunto dos 3 gatos e a ideia do título é do Lucas Grilli Maia, a quem devi as sinceras gargalhadas. Metalinguagem eu aprendi com o Alberto Suzano.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Discotecagem SURF

No sábado (23/7), num dos eventos produzidos pelo Enxame Coletivo (Noite Fora do Eixo #12; veja as fotos), segurei a discotecagem da noite de cabo a rabo, com o tema "Surf Music". Tocar em  festa é sempre bastante estimulante pois as pesquisas musicais se intensificam.

Nesta discotecagem em especial, um fenômeno foi bem interessante. Através de uma postagem no Facebook, várias pessoas colaboraram indicando artistas e discos: fator que enriqueceu demais a diversidade do set, com várias balas na agulha.



Hoje em dia é muito simples tocar em festas: basta um computador, bagagem musical e um Virtual DJ (programa para discotecagem) e algum conhecimento para inserir ferramentas, como um mixer, que te ajuda nas transições. Em discotecagens mais simples, temáticas, o Virtual DJ é bastante satisfatório.

No dia 23, a base do set foi a coletânea "Cowabunga, The Sufr Box", quatro discos que garantem uma noite temática. Baixe-a aqui. Outra dica valiosíssima é a seção de discos completos da Reverb Brasil, maior nome nacional no assunto, tem uma infinidade de discos disponível.





sábado, 30 de julho de 2011

Entrevista para o EXTRA!

Semestre passado concedi uma entrevista para Daniela Chiba, estudante de jornalismo na Unesp de Bauru sobre o universo das bandas independentes do País e a cena como um todo. Num bate-papo instigante, ela me perguntou bastante, principalmente em busca de respostas de como conceituar o que é o "Independente": banda e cena.

Abaixo o resultado, reportagem publicada no jornal-mural "Extra!", um dos projetos do curso.



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Metalinguagem

*Metalinguagem é um comentário extra-post que aprendi com o Alberto Suzano que bloga no Mercy Zidane. Na foto que ilustra a reportagem,  a banda Samanah, de Bauru, uma das bandas que se apresentou bastante no semestre anterior e faz parte da cena independente bauruense.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Contexto político da era digital

"Azeredo representa os segmentos da comunidade de vigilância que não aceita que as pessoas possam criar na rede conteúdos e tecnologias, sem ter que pedir autorização para Estados e para as grandes corporações".

O AI-5 Digital voltou à tona com uma chance real de emplacar. Acesse o artigo de Sérgio Amadeu na íntegra, no blog do Luis Carlos Azenha - fundamental para entender o que está acontecendo.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vereadores: fiquem espertos


Na Ilha da Figueira, bairro de Jaraguá do Sul, foi colocado o outdoor abaixo:
  
 E finalmente...
 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Acessibilidade

  • Acessar minhas informações básicas
    Inclui nome, foto de perfil, gênero, redes, ID de usuário, lista de amigos e qualquer outra informação que eu tenha compartilhado com todos
  • Enviar-me um e-mail
    O Friend Matrix pode me mandar um e-mail diretamente através do mandamailproruiz@gmail.com · 
  • Publicar no meu Mural
    Friend Matrix pode publicar mensagens de status, notas, fotos e videos no meu Mural
  • Acessar publicações em meu Feed de Notícias
  • Acessar meus dados a qualquer hora
    Friend Matrix pode acessar meus dados quando eu não estiver utilizando o aplicativo
  • Acessar minhas informações do perfil
    Aniversário, Cidade natal, Cidade atual, Histórico educacional e Histórico profissional
  • Acessar minhas fotos e vídeos
    Fotos carregadas por mim, Vídeos enviados por mim e Fotos e vídeos comigo

terça-feira, 24 de maio de 2011

#MarchadaLiberdade

Era pra ter sido uma passeata pacífica, num sábado. Mas, assim como em Brad Will, a polícia (PM) entrou em cena, de maneira violenta, uma prática bastante comum em São Paulo. E tornou histórica a data 21 de maio, pois um novo movimento nasceu.



Uma nova marcha foi organizada: marchar pela liberdade, contra a cesura e, consequentemente, o abuso policial. Vai acontecer dia 28/5, sábado, com concentração novamente no vão do MASP, às 14h.



sexta-feira, 29 de abril de 2011

Fumando um "careta"

A maior causa de Câncer no Brasil é o tabaco. A cada três casos, um tem relação direta com o fumígero. O que mais mata é o de pulmão, que tornou-se popular após a segunda guerra mundial (com minúscula mesmo), com a popularização e disseminação da cultura de fumar através do cinema e do marketing agressivo associado a práticas prazerosas.



Se você fuma e bebe em exagero, suas chances aumentaram consideralvelmente. Se fuma, bebe, come em demasia e tem postura sedentária, triplicou as possibilidades. Você reflete pelo menos três desses hábitos? Então, tem um grande potencial cancerígeno.

Existe um movimento mundial de combate aos fumantes passivos (vide as proibições recentes) e também da mentalidade, entre outros, já que as bitucas são grandes poluentes de águas
Obviamente este não é um post combativo e não tem interesse nenhum, até porque já sabemos esses riscos todos. Trata-se apenas de um texto inspirado na entrevista de Drauzio Varella para o Roda Viva, excelente, aliás.



Por que as pessoas usam drogas desde sempre?
Acho que é pra sair da realidade. A realidade é opressora. E você tem um passe de mágica ao sair dessa realidade, um prazer enorme que a droga dá, pois a droga dá prazer, é isso que temos que ensinar pras crianças. Essa coisa de dizer pra criança: droga mata! Não se deve falar assim, porque aí o menino fuma um baseado e fica feliz, passa horas na calma, na tranquilidade. E aí ele vai raciocinar, droga não mata, estavam mentindo! (... continua nos 17:06) 

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Delírios matinais

Conheço quase tudo ali: a curva do polegar direito, as unhas vermelhas e curtas, o jeito de dançar, tipo estou muito louca e quero fritar os pés na pista, a altura do cabelo no ombro, a roupa colorida, o pano com bolinhas na cabeça E esse jeito de colocar a mão no nariz, a risada exagerada, o bocejar com gritinho, o jeito como esfrega os olhos de sono. Os olhos de ressaca. O modo de andar meio de joelhos tortos, a orelha mole, o hálito inconfundível e o cheiro da nuca. O abraço, os seios rígidos, as pintas...

Mas, não passava de ficção, sonhos, dejavus e tudo aquilo que ainda estava impregnado lá dentro, bem fundo, no meu corpo.

domingo, 24 de abril de 2011

A revolução da chatice

O Bruno Nogueira escreveu artigo interessante e crítico sobre atual mudança nos rumos do Ministério da Cultura, com a gestão de Ana de Hollanda. Pra quem só ouvir frases jogadas no twitter, esse é o momento, ainda que eu não concorde com a opinião, por exemplo, sobre a inocência do movimento #FicaJuca. Confira alguns trechos:


Sob um olhar frio, este é um ministério que sequer escoa dinheiro para nenhuma área. O MinC não patrocina, somente isenta os impostos de uma proporção mínima (4% por empresa) em favor de um suposto incentivo a participação privada na produção cultural nacional. Os poucos recursos que saem da Funarte não se equiparam nem a um escândalo menor de mensalinho.


Se os cientistas políticos não entendem que o alarde acontece porque o dinheiro público é o único que promove a cultura no país e que mesmo através da Rouanet, o Ministério da Cultura se transformou na maior gravadora de discos do país; do outro lado, os artistas não conseguem entender que o governo Lula acabou (assim, em negrito, para tentar criar impacto). Quem votou em Dilma pensando em Lula, viu barba e dedos a mais quando não devia na nova presidente.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

É na moléstia que a gente lê

Mais de 3h e 112 páginas do livro Una Gira en Sudamerica depois, desisti do hospital, pronto-socorro municipal. Quando cheguei ainda havia lugar pra sentar. Com o passar, a frente do atendimento inchou, tinha muita gente mesmo esperando pra ser atendida. Maioria idosos e eu com uma dorzinha, embora constante, nada grave, dores musculares na região do tórax (ainda que esteja virando novela), de menos de duas semanas. Desencanei.

Tentarei outro dia. Mas o livro é bacana, recomendo aos que curtem diários de bordo, podrera, estórias de bastidores de shows, viagens, que permeiam uma longa turnê cruzando ES, MG, SP, PR, SC, RS e esticando até o Chile e Argentina, vivida por três caras num golzinho 1000. Encabeçado pela banda punk Merda - e escrito por Fabio Mozine, o guitarrista - é mais de impressões e menos guia de como fazer uma turnê. Causos, cenas locais interessantes, fotos e algumas risadas, leitura rápida, não tem erro.


terça-feira, 12 de abril de 2011

#Tudoaomesmotempoagora 2

Cheguei bem à noite no domingo e não peguei toda a movimentação do Compacto.Arte que rolou durante todo o dia - projeto de artes visuais desenvolvido pela Casa Fora do Eixo SP. Mas consegui sentir a vibe neste vídeo:




A segunda foi intensa no Centro MultiMídia - local onde trabalho na Casa - por conta do twitaço que fizemos festejando os 5 anos de existência da rede Fora do Eixo: #5AnosFdE.

Paralelo aos trabalhos do Centro, muitas bandas passaram pela Casa ontem, como O Jardim das Horas, Fóssil, Daniel Peixoto, Revoltz, Madame Saatan, EletroGroove, entre outras...  além de comunicadores da Revista Trip, que se reuniram com os integrantes da CAFE...



Na janta da madrugada, o argentino Gomez, que está em turnê em 10 cidades do país, colocou a mão na massa e junto com o Lucas Grilli, fez um belo macarrão com molho branco e milho e molho vermelho e linguiça. Com coca-cola pra variar, uma iguaria bastante apreciada por aqui.



Lucas e Gomez: molho com vinho, toque argentino deixou o sabor incrível


E hoje, as mãos de Rodrigo Gomez entram em ação novamente, dessa vez no palco do Studio SP, com dinamarqueses e brasileiros.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

#Tudoaomesmotempoagora

Desembarquei na capital cinza com uma temperatura de 18, 19 graus. O primeiro dia na CAFE-SP (Casa Fora do Eixo São Paulo) começou pouco antes da meia-noite quando cheguei já reparando nas paredes cheias de colagens e desenhos, alguns deles produzidos naquela tarde: ação do Compacto Art 3.

esse aí ainda não deu pra ver direito, porque estava escuro; veja mais fotos na galeria

Cheguei junto com o café da noite, umas 20, 30 pessoas presentes: da Paraíba, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio Branco, São Paulo, de Bauru. Multi-sotaques, a pluralidade passa por aqui. O Burro Morto também estava na casa, foi bom revê-los. Pão com queijo, presunto, chocolate, coca, sopa de caldo de feijão com macarrão.


Participei de uma reunião que atualizou ações locais da música: compra e venda de shows de artistas da Agência Fora do Eixo, bem como a ampliação das ações da banquinha nas cidades. Sentei-me, em seguida, à mesa do Centro Multimídia e já comecei a trabalhar na news do Grito Rock, a última. Quase sempre é assim, os eventos vão e a gente fica.

Amanhã tem mais. Fui muito bem recebido, clima ótimo, muito trabalho, música, diálogos intensos e teclados a mil. Até às 5h30. Do jeito que a gente gosta. E as 9h tamo em pé pros #5AnosFdE.

Quem vem junto?

sábado, 2 de abril de 2011

Jornal diário pessoal

Por conta de uma mention no twitter, do Meio Desligado, descobri o Paper Li, uma espécie de jornal diário baseado em notícias que você e seus amigos seguem no Twitter ou Facebook.



Tem destaque, categorias e tudo mais. O "jornal" é atualizado a cada 24h. Um dos pontos negativos é que não dá pra editar os blocos e nem retirar o anúncio google. Mas, a genialidade e a simplicidade da ideia, superam. É extremamente rápido de criar o perfil e ver as notícias publicadas de maneira personalizada. Experimente. É uma maneira também de conectar novas pessoas e saber quais notícias dos seguidores são destacadas.

Veja o meu jornal.

terça-feira, 29 de março de 2011

Top 6 do Grito Rock São Carlos

Participando do processo de cobertura colaborativa do Grito Rock São Carlos, que aconteceu de 25 a 28 de março, acompanhei vários lances de perto, principalmente os shows. Pra não passar em branco, fiz o top 6.

1. Clau (do backstage, pelo carinho e simpatia, logo estará nas telas do Grito DOC);

2. Trupe Chá de Boldo (foto) (pelo hibridismo musical);


3. Bexigão de Pedra (pela inovação e por ser a banda local mais legal);

4. Astronauta Pinguim (foto) (que tocou com alguns dos Do Amor, pela intervenção, caráter aleatório, conceito de não show, show X e pelo duelo de sombras que rolou durante);


5. o Massa Coletiva (pela nova geração e a vibe incrível da casa, vivências e etc);

6. E por fim o Do Amor (que emplacou o baybdoll de nylon como hit do festival).


sexta-feira, 25 de março de 2011

Impressões Oficina Cobertura Colaborativa - Grito Rock São Carlos

Até aqui, não havia nada mais formal para a oficina. Ela sempre acontecia num ambiente mais de bate papo, exibia alguns vídeos, mostrava o funcionamento e fluia. Os encontros das coberturas rolavam em forma de reunião, não tinham o caráter de oficina mesmo. Foi assim no Demo Sul, no Canja 2010, na SEDA.

Macondo Circus 2009 - vídeo e cobertura referências usados nas oficinas 

Durante essa semana, porém, construí uma breve apresentação em tópicos que me auxiliariam na demonstração e explicitação do conteúdo. Ela foi montada pensando em 3 pilares: panorama histórico de cobertura colaborativa no Brasil, dicas de como se comunicar e divulgar o trabalho na web e a organização em si da cobertura.

Hoje, umas oito pessoas participaram, vários já eram próximos ao Massa Coletiva - realizador do Grito Rock em São Carlos, Ponto de Cultura e Ponto Fora do Eixo. A oficina rolou legal, com desenvoltura e várias perguntas surgiram.

Como podem notar na apresentação linkada acima, comecei falando da popularização da internet, dos blogs, do compartilhamento de conteúdo, das redes sociais e do advento da cena independente em todo o território nacional. Vim de 2008 à 2010, ano em que a cobertura deu um grande salto, tornando-se notável.

Passamos pelo estilo próprio que o E-Colab criou, principalmente em Bauru. Como exemplos, entre outros, utilizei o vídeo resumo do Cacoffonia, o texto "Barulhos e Bagulhos na Seletiva do Grito Rock",  do Bruno Ferraria, pra instigar uma discussão e também o texto Noite Desconexa, da Laís Semis.

Por fim, elaboramos a proposta de cobertura do Festival conjuntamente, com todos opinando. Acho que foi o fator mais interessante desta cobertura/oficina. Pois geralmente chegamos com propostas prontas, há poucas sugestões e realizamos o trabalho. Desta vez, sobretudo pro audiovisual - e pensando na equipe reduzida, na estética e etc - tiramos boas ideias norteadoras.

sábado, 12 de março de 2011

Entrevistando Helena

Fiquei olhando de longe. Ela estava demorando a perceber. Tentei a tática do personagem de A Vida é Bela, mas também sem sucesso. Passou uns dois ou três conversando, falavam sobre uma banda francesa. Perdi a atenção por minutos, pesquei alguma informação, pós-punk, com influências de dub. Voltei o olhar pra escada. Ela devia ter entrado, pois estava com um dos pés sob o primeiro degrau, um copo de cerveja às mãos, um lenço roxo no pescoço e gargalhadas de loucura, com outras 27 pessoas hypes. Metade calçava aqueles tênis coloridos da Rua Augusta.

Fui até lá. Pessoas me esbarrando. Cheiro de fumaça, maior marofa, som, calor, garganta seca. Atravessei a primeira sala, dei seta pra direita, apertei o b para desviar de uma armadilha e segui intacto. Dobrei o corredor. O som aumentou. Then the morning comes. Cantei junto #anos90. No fim do corredor a porta entreaberta, acesa, meia-luz. Parei ao lado, acendi um cigarro com a ilusão de conter ansiedade e aliviar as pontadas no estômago. Saquei a goma verde de mascar e tasquei pra dentro. Hálito fresco. Encostei-me à parede com a bunda e dobrei um dos joelhos grudando a sola do pé direito na parede, tragando firme e batendo sistematicamente as cinzas que mal brotavam daquele L&M black, como quem espera cansado. Eu não estava cansado, apenas precisava esperar. Embora não imaginasse quanto tempo aguardaria. E pior: se era ali mesmo que ela havia entrado. Tentei lembrar de afazeres pra distrair o pensamento e o nervosismo que me escorria nas costas. Conferi se o equipamento estava a postos. Perfeito.

Quando ela saiu, entre me apresentar, cumprimentar com a mão ou tocá-la, não fiz nada, absolutamente nada a não ser olhar, acredita? Segundos depois percebi que estava tudo bem, ela não era ela, entende? 
Então, descobri que precisaria esperar nem sei quanto tempo ainda. Fila de banco. Paciência. Ok, eu precisava, de qualquer maneira, entrevistá-la e garantir o pão, digo, a matéria e os acessos do dia seguinte.

Contabilizando os clicks do seu link encurtado

Essa é pra quem usa a ferramenta TweetDeck ou encurta links pro twitter via Bit.ly. Como medir o quanto as pessoas estão clicando nos links que você espalha em todas as suas redes sociais?

É simples, basta colar o link encurtado na barra de endereço e acrescentar um "+" em seguida. Assim:



Na página é possível mapear onde as pessoas clicaram (facebook, twitter, blog etc), bem como as datas e horários. Baita ferramenta pra quem precisa fazer acompanhamento de divulgação de eventos, por exemplo.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A estória de como ingressei na cena cultural independente

autor do blog fala sobre a produção de festivais, da promoção de bandas independentes, carreia e envolvimento com festivais independentes, rede @foradoeixo e @enxamecoletivo

Ano passado, em setembro, a estudante de jornalismo Jéssica Megumi Nakamura, da Unesp-Bauru, enviou-me a entrevista abaixo para um trabalho (e me poupou de milhões de temas para este blog). São perguntas frequentes sobre o trabalho de produção cultural, que começou a ser desenvolvido em 2009 em Londrina, no Festival Demo Sul e caminhou para a entrada no Fora do Eixo e a fundação do Enxame Coletivo, no finzinho de 2009.


1. Como você começou a trabalhar com música? Começou como músico e depois virou produtor de festivais ou o contrário?
Comecei na faculdade, na Unesp Bauru mesmo, quando formatei um programa de rock, o On the Rock, na Web Rádio Unesp Virtual, que naquele ano, em 2005, atendia ainda por "Rádio Mundo Perdido". Participei de vários outros programas musicais também nesta rádio durante os anos seguintes. Logo que me graduei, no início de 2009, comecei a estagiar como assessor de imprensa no @festivaldemosul (Londrina / PR), um dos grandes festivais independentes nacionais e a partir daí não parei mais.

2. Como se deu a "transição" de uma função para a outra? Você se considera mais o quê?
Na verdade a mudança não foi de músico para produtor, foi de assessor de imprensa para produtor cultural. Também sou músico, mas isso veio ainda depois rs. A mudança então, aconteceu naturalmente com meu envolvimento com o cenário independente nacional. Conheci e passei a fazer parte da maior rede de cultura livre do País - o Circuito Fora do Eixo - circulei por vários festivais em várias partes do País (Jambolada - Uberlândia, Goiânia Noise, Festival Contato - São Carlos, Macondo Circus - Sta. Maria) e decidi que gostaria de começar uma cena do zero. Como curtia bastante morar em Bauru, a cidade já mostrava indícios de participar intensamente da rede Fora do Eixo, então resolvi apostar e investir na construção do projeto desde o primeiro tijolo.

3. Em sua posição profissional atual, como você vê o cenário musical independente nos dias de hoje no Brasil?
Em expansão plena. Há várias oportunidades e ferramentas para artistas que se comprometem a trabalhar de maneira séria com o que fazem. Há muitas chances por aí, diversas plataformas e cenas. Claro que não é fácil - nunca foi - precisa de investimento inicial, foco e às vezes levar a banda, como um projeto paralelo. Se o objetivo é viver com o trabalho autoral, é importante desenvolver outros maneiras de captação de verba ou oferecer serviços para somar ao orçamento do músico, por exemplo.
Por outro lado, através de editais, muitas parcerias e trabalhos com iniciativa privada, é possível a médio prazo desenvolver um trabalho com produção cultural e viver com este estilo de vida. Se a ideia é se envolver profissionalmente com o setor, se alimentar de cultura, ter autonomia para trabalhar e mais, se divertir com o trabalho que realiza, esse pode ser um caminho.

4. Quais você acredita serem os principais pontos convergentes e divergentes entre o cenário nacional e o internacional?
Olha, não faço muita ideia, teria que conhecer mais o cenário internacional. Mas pelo que conheci deste cenário, em palestras e pessoas que estiveram no Goiânia Noise 2009, o trabalho lá é muito parecido, porém, com oportunidades muito maiores, mais grana, mais respeito e pelo setor ser mais desenvolvido que no Brasil.Talvez este seja o ponto principal.
Mas lá fora por exemplo, não existe uma rede integrada como o FDE, (nem na Am. Latina) de trocas e de trabalhos afins em torno de uma cena.

5. Como funcionam os festivais, em sua totalidade, desde o início do processo (de onde vem o investimento, etc)?
O primeiro de tudo é o conceito do festival: é só de música? É focado na música, mas passa por outras artes? é um festival de cultura e tecnologia? A partir do conceito e da descrição do festival, você passa para a próxima etapa, que é a viablização deste evento, que é a etapa mais trabalhosa. Aqui, prefiro exemplificar.
Em Bauru, quando definimos o CANJA, começamos a trabalhar com várias ferramentas de tecnologia da produção de um festival, que encontrarmos no Fora do Eixo: planilhas, contatos, equipamentos, planejamento, modelos de cartas, de ofícios etc. Além disso, diversas dúvidas que surgiram durante a produção, foram sanadas com um intenso diálogo com agentes do FDE, principalmente o pessoal do Massa Coletiva.

Durante este meio tempo entramos em contato com órgãoes públicos locais e iniciativa privada a fim de conseguir verba e apoio para realização do festival. E assim, conseguimos captar recursos em espécie ou em produtos. (Ainda este ano publicaremos um blog com as tecnologias que usamos para realizar os eventos, que estará no www.foradoeixo.org/enxametec)
Em seguidam fizemos a curadoria do CANJA e fomos formatando, pegando ideias de grandes festivais independentes e aplicando, como a oficina de "redução do impacto ambiental em festivais culturais", o CANJA Verde e o projeto CANJA Colaborativa.
Bom e aí vem uma série de tarefas diárias né, produzir um festival do tamanho do CANJA demanda muitos esforços, é tipo acordar, trabalhar 3 períodos inteiros e às vezes ficar no computador boa parte do seu dia. Nas últimas três semanadas que antecederam o festival foi assim. Depois, você nem vê o evento, ele te atropela (no sentido de que é muito intenso, você precisa trabalhar e conversar com amigos, com os artistas, público etc), passa e quando tu percebe ele acabou e ainda resta uma porção de atividades.


6. Qual o papel dos festivais no cenário independente atual?
Provavelmente caminhar para um novo formato de produção musical (e de outras áreas também), do desenvolvimento de auto-gestão com produção cultural e gerenciamento de carreiras, além do fomento de um cenário completamente original, consciente e transparente.

7. Como começou e como funciona o "Enxame Coletivo", e qual a sua relação com o circuito "Fora do Eixo"?
Começo pela pergunta final. Conheci o @foradoeixo em 2009, quando comecei a trabalhar com o Festival Demo Sul. Lá, tive acesso e passei a colaborar com um ponto do FDE da região Sul, o Coletivo ALONA. Ali, comecei a visualizar o que era a rede, os festivais que faziam parte e também o cenário independente como um todo. Nesta época passei a me alimentar desta cena e pesquisar sobre, conhecendo blogs - o que me levou, inclusive, a criar um para reverberar a cena, o Over Música. Mas ainda era tudo muito nebuloso e nada palpável, eu sacava as bandas, os sons, mas não tinha ideia de como eram esses eventos.
E aí precisei ir conhecer de perto aquilo que eu via da minha casa, pela internet. Então visitei festivais que me fizeram cair a ficha de que se tratava de um movimento extremamente sincero, original e tocado pela juventude, o que era ainda melhor. Então viajei primeiramente para São Carlos, pro 3º Festival Contato, depois Jambolada, em Uberlândia, Goiânia Noise e finalmente Macondo Circus, em Sta. Maria (RS), cobrindo todos eles para o Over Música.
Especificamente nos festivais Contato e Jambolada tomei conhecimento da imensidão e complexidade do que estava sendo construído - em termos de Abrafin e CFE - há tão pouco tempo.E na real eu só fui ao Jambolada, porque estive em Sanca, no Contato.
Em dezembro, no Macondo Circus, o laço apertou. Meu trabalho como assessor e minhas coberturas já davam algum resultado e Londrina ficava cada vez mais distante em termos pessoais, ideais e financeiros.
Paralelo aos festivais, eu sempre estava em Bauru, minha casa né e comecei a orientar, falar a respeito da rede CFE e do trabalho dos coletivos, justamente por ser um entusiasta. Então, recebi uma proposta desse grupo local e decidi apostar todas as fichas pra 2010... nessas eu já estava bem envolvido com o CFE.

Desde 10 de janeiro - quando fizemos a primeira reunião de organização do Enxame Coletivo - trabalho quase diariamente nisso e os resultados estão aí. Muita gente disse que não seria possível, mas estamos mostrando que é viável, desenvolvendo um trabalho estamos colhendo o que foi plantado com muita dedicação e carinho.
O Enxame, nesta perspectiva, nasce completamente conectado ao CFE, seguindo suas diretrizes, trocando conhecimento, buscando experiências e suporte. Afinal, tudo isso que desenvolvemos vem da inteligência coletiva e aplicada dos coletivos nacionais, como o Massa Coletiva trouxe a Bauru. Ninguém aqui tinha noção de como promover um trabalho com a arte independente, mas em poucos meses conseguimos este know how. Já fomos em 12 pessoas e hoje trabalhamos em nove: duas são de dedicação exclusiva (eu e a Isis) e o restante tem diferentes graus de envolvimento. Com este contingente temos núcleos específicos de trabalho: planejamento, comunicação, eventos, audiovisual, sonorização e etc. E é a partir deles e do nosso conhecimento que gerenciamos os projetos.

8. Quais você acredita serem as melhores formas de inserção no mercado fonográfico atualmente? Por quê?
Acho bacana dar um exemplo, ao invés de opinar sobre o tema, até porque seria pura divagação rs. Gosto do exemplo da banda The Name. Primeiro, você precisa ser bom (no sentido de ser bem executado, ter uma estética, pensar no palco, nas inserções, em como vai lançar e divulgar sua música), porque as pessoas têm ouvido apurado, né? E o The Name tem tudo isso. Eles lançaram trabalhos coesos, foi uma linha crescente mesmo e sabiam onde queriam chegar. Eles queriam se apresentar fora do País e não demorou a conseguirem.
A banda tem uma estratégia também de manter e dialogar com uma base de fãs através da internet: twitter, promoções, emails, entre outros, tudo muito frequente. Isso agrega demais, porque é o cara que vai pagar pra ir no teu show, acompanhar a carreira da banda, comprar o disco, a camiseta no fim do show... dialogar com as pessoas que são da sua cidade é fácil, mas e nos lugares que você vai se apresentar uma vez por ano, #comofaz?
Além disso tudo, os caras são muito legais, humildes pra caramba e profissionais, o que é fundamental para empatia dos produtores.


9. De certa forma, a internet ajudou a democratizar a música independente, mas isso também causa a propagação de muito material de baixa qualidade. Você acha que a internet ajuda ou atrapalha? Como?

Não tenho dúvidas: ajuda, com certeza. O que é de baixa qualidade não vai emplacar, sabe? Os produtores não vão convidar a banda mais de uma vez, entende?
Por outro lado, a internet te dá muitas possibilidades, como as que eu citei no decorrer da entrevista. O Rafael Castro mesmo ou a banda Pata de Elefante ou ainda o Black Drawing Chalks. Pergunte a eles, aonde estão os fãs ou quem consome ou baixa o disco deles? É a base de fãs que está ou dialoga muito com a internet. O cara que não tem o disco, por exemplo, almeja comprar, mas se não tem grana, vai baixar e, como vc disse, propagar isso. Se a banda toca na cidade vizinha, o cara vai dar um jeito de ir e chamar os amigos. e ainda comprar pelo menos um adesivo no final. É o artista que ele tem imenso tesão de ouvir. E assim, o lance vai crescendo, pois a internet possui ferramentas que o aproximam da banda, isto é maluco. Quem sabe utilizar essa plataformade maneira satisfatória, decola.
Veja, é uma pergunta que eu faria para dois caras que manjam muito da cena: os autores dos blogs Pop Up! e Meio Desligado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Criar página ou um perfil no Facebook?

Como novato na mais hype de todas as mídias sociais, deparei-me com a dúvida-título deste post. A resposta para a questão foi bastante simples, bastou ler este (ótimo) e este outro artigo (11 razões) da web.

Ficou claro que para empresas, empreendimentos e etc o ideal é a criação de uma página, pois basicamente a página não tem limites de adicionar pessoas, vídeos, fotos, além de disponibilizar vários dados sobre o perfil da empresa, como acessos, curtidas, feeds, entre outros.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Quando fizemos a revolução

Em outubro de 2010, vivi um processo de comunicação muito intenso, vivo e original: a cobertura colaborativa do Festival Demo Sul, em Londrina (PR). Ainda tá aqui, latente.